Formulação de caso: “gargalo” dos psicoterapeutas?

Estes dias escutei de colegas que o “gargalo” nos consultórios dos psicólogos clínicos é a formulação de casos. A formulação de caso tem a ver com o ponto de partida, com organizar os dados. Ela nos ajuda a guiar as intervenções enquanto psicoterapeutas.  Quais os comportamentos clinicamente relevantes do cliente? Quais os comportamentos o afastam do tipo de pessoa que deseja ser? Quais o aproximam? A partir da formulação, conseguimos compreender melhor a que processos precisamos estar atentos. O vídeo...

EXPECTATIVAS DE UMA MÃE-PSI (PSI -MÃE?): PROCESSO OU RESULTADO

No texto de hoje eu gostaria de trazer um pouco das minhas experiências e inquietações em relação à maternidade e às interações família-escola na educação infantil, para então discutir brevemente do ponto de vista das Terapias Comportamentais Contextuais. O que importa para cada família na educação infantil? A mim, como mãe, importa que minha pequena se sinta segura emocional e afetivamente, se sinta respeitada e querida no ambiente escolar. Que este seja um espaço de aprendizagem e exploração de materiais...

Consciência e Competência

Hoje retorno a essa gloriosa coluna de literatura psicológica para dividir reflexões acerca dos quatro níveis de aquisição de uma habilidade no que diz respeito à consciência deste processo de aprendizagem. Em bom português, sobre saber o quanto sei e o quanto não sei. Esse modelo, chamado originalmente de “quatro níveis de ensino” (four levels of teaching – De Phillips, Berliner e Cribbin, 1960), adquiriu muita popularidade em várias áreas, especialmente na psicologia do aprendizado. Ele leva em consideração dois...

Abordando o comportamento suicida: Elementos essenciais para apoiar e ajudar

O comportamento suicida é um assunto delicado e complexo que requer uma abordagem sensível e atenta. É importante estar preparado para oferecer apoio e ajudar aqueles que estão passando por momentos difíceis. Neste texto, exploraremos 7 elementos essenciais para abordar o comportamento suicida. Escute atentamente: Ouvir é fundamental. Preste atenção às palavras e emoções da pessoa, demonstrando interesse genuíno. Mostrar que você está disposto a ouvir pode ajudar a pessoa a se sentir compreendida e menos isolada. Crie um ambiente...

Apresentando DBT + DBT PE

Há duas semanas atrás tive a oportunidade de fazer o Treinamento Intensivo em DBT PE – Protocolo de Exposição Prolongada da DBT para Transtorno de Estresse Pós-Traumático ( TEPT), com Melanie Harned e Annie McCall. Melanie foi a idealizadora, pesquisadora e criadora desse método de tratamento do Trauma com a Terapia Comportamental Dialética. Protocolo esse voltado para pacientes com alto risco e múltiplos diagnósticos, como suicidalidade, autolesão, dependência de substâncias, comer compulsivo, Transtornos de Personalidade Bipolar, Depressão, Dissociação entre outros....

Escolhas para ela

Fazer escolhas. Saber o que é melhor para mim. O que é mais importante. São exercícios que vamos fazendo ao longo da vida. Escolher é desafiador porque quando escolhemos um caminho, deixamos um outro. Também porque quando escolhemos um caminho podemos frustrar a nossa expectativa e a de alguém que amamos. Enquanto adulta que sou, fui experimentando diferentes desafios ao longo do percurso de fazer escolhas.  Agora como mãe, escolher tomou outra perspectiva, ainda mais intensa. Escolher para ela, escolher...

Em busca da sabedoria, ou, A dialética do ir em frente

“Moderação em todas as coisas” – Aristóteles “A estrada do excesso leva ao palácio da sabedoria” – William Blake   Quando o sábio grego (384-322 AC) pensou sua famosa frase, me questiono qual era o contexto – isto é, quem eram os interlocutores, que experiências ocorreram – pois é só no contexto que creio que podemos começar a entender algum evento. Mas, de lá pra cá, creio que essa frase foi usada brilhantemente por muitos outros sábios. Também, pela sua...

Fechando Ciclos

Aqueles que passam por nós não vão sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós (Antoine de Saint-Exupéry)   Fechar ciclos. Eis um processo difícil (ao menos para muita gente). Fazer espaço para emoções e sentimentos da despedida. Receber o que o outro sente e expressa sobre esse momento. Abrir-se aos receios do passado, presente e futuro. Um verdadeiro mix de desafios. Mas afinal de conta, por que saber como encerrar ciclos é importante? Vou falar aqui...

Improvisando para sobreviver

Quando o planeta colapsa e a insegurança impera em todos os âmbitos da vida, bagunçando o que parecia organizado, nos deparamos com o que fica de tudo isso. Depois do choque, da incredulidade, da frustração, da indignação, o que ainda nos serve de âncora?   O que de fato importa pra cada um nesse mundo, afinal de contas? Não o que é bonito dizer/postar/parecer. O risco de vida pode nos fazer viver as nossas reais necessidades. Para mim, está sendo...

A vida (entre) posts – reflexões sobre as mídias sociais

Nesse texto gostaria de abordar nossa relação com as mídias sociais. Não são fórmulas, nem verdades absolutas, longe disso! Trago pontos de reflexão que tenho me indagado sobre a forma como as mídias sociais podem impactar nossa vida e algumas ideias do que podemos fazer em relação a isso. Quero tentar exercitar aqui uma olhar dialético, que compreende que opostos não são excludentes e que observar vários lados de um mesmo fenômeno pode ampliar nossa consciência, diversificar perspectivas e nos...