Fechando Ciclos

Aqueles que passam por nós não vão sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós

(Antoine de Saint-Exupéry)

 

Fechar ciclos. Eis um processo difícil (ao menos para muita gente).

Fazer espaço para emoções e sentimentos da despedida. Receber o que o outro sente e expressa sobre esse momento. Abrir-se aos receios do passado, presente e futuro. Um verdadeiro mix de desafios.

Mas afinal de conta, por que saber como encerrar ciclos é importante? Vou falar aqui do ponto de vista das relações envolvidas nesses fechamentos.

Em primeiro lugar, muitas vezes a vida não nos dá essa opção. E como gostaríamos que ela desse! Pessoas vão e vem, oportunidades aparecem e desaparecem, possibilidades se dissolvem na rotina… Não há exatamente como se preparar para esses momentos. Nos cabe processar, nos dar tempo, pedir apoio.

Em outros momentos, contudo, há opção de fazer um fechamento. Essa escolha permite que se crie conexão também na despedida… que as relações possam ser preservadas… que as transformações aconteçam como parte da evolução de todos os envolvidos. No processo terapêutico, por exemplo, tem-se espaço para fazer isso. É um convite para nos colocarmos vulneráveis também nessa etapa, refletindo sobre como desejamos nos despedir; o que queremos transmitir, e se há alguma questão a ser reparada.

 

Colocando em prática, o primeiro passo importante é a decisão dos ciclos que optamos por fechar. Após, tem-se o grande desafio de refletir sobre o faz sentido para cada um. Independente da forma, o processo de fechamento pode envolver alguns aspectos, como honrar o que se viveu, compartilhar a importância e as marcas que ficam com o percurso e expressar os desejos e os votos futuros. Um fluxo contínuo entre o que foi, o que fica e o que será.

Separei algumas perguntas que podem te ajudar nesse processo:

O que aprendi durante esse período?

Quais as minhas memórias mais especiais?

Quais são os meus desejos futuros?

O que mais sou grato desse período?

O que eu realmente não gostaria de esquecer de dizer?

Fechar ciclos não sai de moda, não é clichê. Eis uma possibilidade preciosa de agir de forma coerente com que acreditamos e valorizamos até o fim.

 

 

 

 

 

 

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Sobre o Autor
Gabriela Damasceno

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