SE CONHECER…descascando a cebola

Já faz algum tempo que acompanho os áudios do Professor Jonas Masetti sobre os estudos de Vedanta (quem quiser saber mais pode acessar www.jonasmasetti.com.br). Enquanto escuto, vou fazendo conexões com meus estudos sobre as Terapias Comportamentais Contextuais e nesse início de ano senti vontade de compartilhar algumas ideias do Professor e minhas conexões.

Iniciando com o tema do momento, que no meu entendimento são mudanças inevitáveis, 2023 parece ser o ano das descobertas e revelações, aproveito para fazer um convite e um chamado para os processos de psicoterapia e autoconhecimento, que com certeza auxiliarão a todos nesse momento de mudanças que vivemos.

A cada dia fica mais relevante estarmos em contato com quem realmente somos, o que gostamos, com os nossos valores, desejos e necessidades. Como se pudéssemos desvendar e ir retirando camadas, que podem ter sido impressas pela cultura, nossa história, família e irmos em direção ao âmago de nós mesmos, como se chegássemos ao centro da cebola (nosso verdadeiro EU) depois de muito descascar. Em um processo de se conhecer e de se transformar.

Ou seja, não é possível se conhecer sem se transformar e vice-versa. Jogar luz sobre diversos assuntos da nossa vida significa entender quem somos e viver num estado de equilíbrio, mais leve e mais harmônico. Se conhecer passa pelo entendimento das nossas emoções. É possível sentir raiva, saudade, culpa sem sofrer, mas a compreensão dessas emoções precisa acontecer, podem estar “desentupidas”, fluindo, sem representar um sofrimento.

Possuímos emoções primárias e emoções secundárias, ou seja a secundária pode ser uma resposta à primária. Sentimos raiva e em seguida sentimos culpa por sentir raiva. Várias emoções se trocam, raiva-culpa-desânimo-tristeza- excitação-raiva-culpa, temos ciclos ou sistemas emocionais e o perigo é justamente se perder nesse mar de emoções. Portanto é muito necessário o processo de se conhecer, destrinchar as camadas, emoção em cima de emoção.

Abrir as cascas da cebola e entender esse mecanismo. Quanto mais desfusionados  ficamos com esse processo e percebemos que são resultados e produção da nossa mente, seja emocional ou racional, nos permitimos liberar dores e traumas, resultando numa vida mais saudável do ponto de vista emocional.  Essa consciência é o primeiro passo desse processo de se conhecer que é feito na psicoterapia.

“Se alguém nos mostra um objeto perdido, é como se tivéssemos ganhado esse objeto, mas ele sempre esteve ali, só não víamos ou não queríamos ver. Quando eu consigo ver estou livre para usufruir desse objeto, com a sensação de felicidade” (Professor Jonas Masetti).  Nesse processo passamos por uma aparente transformação, mas na verdade estamos trazendo à consciência, num processo de desvendar o que já estava ali, de nos conhecermos.

A psicoterapia vai nos conduzir então para que esse processo aconteça, como mais uma ferramenta. Treinando uma mente aberta para mudar uma estrutura interna de pensar, se colocando à disposição para experimentar. Nesse processo pode ter obstáculos, pode doer, pode ser complexo, pois fomos treinados a não sermos nós mesmos. Precisamos nos preparar para nos escutarmos, para essa conexão interna.

Segundo o professor Jonas, todas as dificuldades que tem na terra também possuem a solução aqui na terra. Os Pagés das tribos Indígenas falam: Onde as cobras moram tem a planta para o antídoto dela.  Os estudiosos e praticantes da Ayurveda relatam: Todas as doenças que ocorrem numa região possuem as plantas que provocam a cura dessas doenças. Ou seja,  existe um equilíbrio harmônico da vida. Trazendo essa sabedoria para nossa realidade como humanos podemos dizer que: Temos as respostas das nossas dores. Basta nos abrirmos para olhar e escutarmos nosso mundo interno sem interferências dessas vozes em formato de pensamentos, muitas vezes regidos por regras impostas pela nossa história. Num momento de tantas mudanças que estamos vivendo nos resta estarmos abertos para escutarmos nossa mente sábia, nossa intuição, para encontrarmos as curas de nosso sofrimento e possamos fluir pelo mar revolto, necessitando desapego e abertura para novos assuntos.  O relaxamento e liberdade tem que vir de dentro. Práticas ancestrais, como a meditação, respiração e mindfulness podem ser grandes aliadas.

 

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Sobre o Autor
Vanessa Stechow
Psicóloga (PUCRS). MBA em Gestão de Pessoas com ênfase em Estratégia (FGV/RS), Didata em Dinâmica dos Grupos (SBDG) e qualificação como Analista PDA (Personal Development Analysis). Formação Internacional em Coaching Executivo Organizacional - Metodologia Ontológica Transformacional com Leonardo Wolk, em Líder Coach pelo ICI e The Coaching Clinic – Corporate Coach U. Formação em Coaching de Equ... ver mais

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