Eu Observando Eu

Há cerca de alguns meses iniciamos com o projeto do blog do CEFI Contextus. Foi um compromisso que a equipe criou com as terapias comportamentais contextuais. A ideia é simples: cada participante da equipe CEFI Contextus escreve um texto para ser divulgado toda terça-feira do mês.  Sempre que chega a minha vez de escrever, a minha sensibilidade ao contexto fica mais aguçada para o tema que devo escolher. Noto o movimento que minha mente faz: aparece uma notícia, relaciono com...

Viva – A vida é uma festa – uma animação para se emocionar

Saí extasiada do cinema. Foram 105 minutos de total imersão na nova animação da Pixar. O filme Viva – A vida é uma festa me marcou pela sua ousadia, sensibilidade e magia ao retratar a vida de Miguel, um jovem mexicano que sonha em ser um grande músico em uma família que abomina, tradicionalmente, a música. Me senti convidada, momento a momento, a acompanhar suas aventuras, desencantos e conexões entre o mundo dos vivos e dos mortos. Divido por aqui...

Uma Perspectiva Contextual Funcional

As terapias de terceira onda têm em comum o contextualismo funcional. A partir deste ponto de vista, uma conduta pode unicamente ser entendida quando consideramos o ambiente específico em que ela ocorre. Ou seja, comportamentos topograficamente iguais podem ser condutas diferentes sobre uma perspectiva funcional. Vamos imaginar que tomamos perspectiva sobre a seguinte situação: você está na praia de Capão da Canoa sentado em sua cadeira de praia e observa um sujeito, chamado Pedro, na fila para comprar um milho...

Adeus ano velho! Feliz ano novo!

           Você e as pessoas com quem costuma passar o final do ano têm algum ritual? Pular 7 ondas, guardar na carteira sementes de uva ou romã, usar roupas totalmente brancas, comer lentilha, tomar espumante, fazer oferendas…             Nos últimos anos, aderi a um ritual. Este é individual e totalmente personalizado: fazer uma lista de coisas que quero realizar no ano novo. Não encaro como promessas e sim como coisas importantes que considero fazer. É um...

Sou terapeuta por quê? Entre a lua e o dedo que aponta

Este não é um texto técnico ou ilustrativo de alguma teoria psicológica, ainda que tenha sido construído a partir da minha experiência com algumas delas – especialmente o ponto de vista da flexibilidade psicológica e as terapias comportamentais contextuais. Não é um texto sobre ciência, mas sobre o lado humano do que é ser terapeuta para mim. Por isso, é um texto pessoal. Assim, convido o leitor a refletir comigo sobre o que é praticar a psicoterapia, e, nessa reflexão...

GENTILEZA: O INGREDIENTE QUE FALTAVA

Já pensou como seria fácil se para cada problema houvesse uma receita simples que resolvesse tudo? Mesmo sabendo que não há respostas prontas, vivemos buscando um passo-a-passo, preciso e exato, para solucionar os problemas da vida. E isso não é diferente com aqueles que vivem em busca de alcançar o peso ideal, o corpo perfeito ou de encontrar sua “autoestima”. Enquanto terapeuta, acompanho o processo de diversas pessoas que chegam cansadas e desesperançosas ao consultório ou nos grupos de equilíbrio...

Qual terapeuta eu quero ser hoje?

As terapias contextuais comportamentais, também chamadas de terceira onda, surgiram nos anos 80 e tem aumentado o seu número de seguidores ano após ano. Compartilham das bases comportamentais da primeira onda e se diferencia, tanto primeira e quanto da segunda, pela sua filosofia contextual funcional. Além disso, diferentes abordagens clínicas (ACT, FAP, DBT, IBCT…) incorporam as terapias de terceira onda, o que faz com que muitos terapeutas se definam como um terapeuta contextualista funcional. Não é exclusivo das terapias cognitivo...

Aceitação e Medicação: uma mediação possível com o esclarecimento ao paciente

A partir da década de 50, os psicofármacos tornaram-se uma revolução no tratamento daqueles antes denominados “loucos”. No lugar dos manicômios e terapia por eletrochoque, a medicação promoveu ao paciente uma diminuição de seus sintomas e sofrimento, a adaptação e integração do indivíduo à sociedade, e a diminuição das internações em hospitais psiquiátricos. Possibilitou também o reconhecimento do paciente com doença mental como sujeito que necessita de cuidados, diminuindo a censura antes associada a eles. Entretanto, com o avanço da...

Contextualizando a alimentação

A relação que construímos com a alimentação inicia logo após o nascimento. Comer é uma das primeiras formas de nos comunicarmos com o mundo. Através dela aprendemos a expressar desconforto; a sentir ou não a satisfação; a nos ver diferentes do outro. É também desde cedo que o ato de comer passa a ter outras funções que não apenas a de nos alimentar. Comemos para deixar o tempo passar. Para nos acalmar. Para celebrar uma conquista. Para não explodir de...