3 orientações sobre psicofármacos em idosos

A quantidade de idosos que faz uso de 3 ou mais psicofármacos tem aumentado significativamente nos últimos anos. A polifarmácia – uso de vários medicamentos – nesta população pode causar riscos, entre eles, quedas, problemas de memória e pensamento, além de problemas no trânsito. A combinação de opioides, muito usados para dor crônica, com benzodiazepínicos, usados para ansiedade e, muitas vezes, para insônia, pode precipitar riscos importantes.

Antidepressivos, opioides, ansiolíticos e antipsicóticos interagem em nível de sistema nervoso central e, quando juntos, podem causar riscos à saúde, principalmente em se tratando de idosos, em virtude dos efeitos adversos e interação medicamentosa.

O uso racional de medicamentos, ou seja, uma prescrição coerente, consciente e adequada,  deve ser estimulado, principalmente na população idosa. Sabe-se que a indicação de fármaco em idosos pode ser necessária para melhora de sintomas e da qualidade de vida, além de diminuir a prevalência e risco tanto em relação aos transtornos mentais quanto a doenças clínicas como hipertensão arterial, cardiopatias e diabetes. Por isso, é de extrema importância que o idoso seja assistido por uma equipe de saúde que o acompanhe de forma cuidadosa.

Abaixo, seguem 3 orientações sobre o uso de psicofármacos em idosos:

  1. Evite benzodiazepínicos ou hipnóticos em virtude destes causarem maior propensão a alterações de memória e cognição. Um idoso muito sonolento pode ter mais risco a quedas e, por conta da idade e descalcificação óssea, a chance de fratura em uma queda é maior do que no restante da população. 
  2. Idosos devem usar doses menores de psicofármacos, pois os efeitos adversos dos medicamentos são 2,5 vezes mais freqüentes nos idosos do que na população de outra faixa etária. 
  3. A grande maioria dos idosos é portadora de doenças clínicas como diabetes, hipertensão arterial, artrite, doenças vasculares e faz uso de anti-hipertensivos, hipoglicemiantes, medicamentos para circulação, analgésicos, entre outros. Desta forma, é muito importante tentar estabelecer um esquema medicamentoso mais enxuto de psicofármacos, condensar os horários de tomada para facilitar o manejo e administração das medicações, além de melhorar a adesão ao tratamento.

É de suma importância que o tratamento com psicofármacos seja acompanhado por um profissional de forma regular, desta maneira, o idoso terá melhor assistência e diminuição de sintomas que lhe geram prejuízo.

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Sobre o Autor
Cláudia da Rosa Muñoz
CRM 30457 Médica graduada pela UfPel, psiquiatra pela Fundação Universitária Mário Martins, Título de Especialista em Psiquiatria pela Associação Brasileira de Psiquiatria, Curso de Aperfeiçoamento em Terapia Comportamental Dialética pelo CEFI/CIPCO e de Especialização em Terapias Comportamentais Contextuais na mesma instituição. Participou de treinamento intensivo em Terapias Contextuais real... ver mais

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