Também conhecido como TEPT, é o resultado de experiências traumáticas que desenvolvem estruturas patológicas de medo e geram grande sofrimento nas pessoas, pois são assombradas por memórias intrusivas e se sentem em constante ameaça.
Os principais sinais do TEPT são percebidos no descontrole comportamental e se dividem em 3 áreas. A primeira é a Reexperiência Traumática, ou seja, surgem lembranças, flashbacks, pesadelos, gatilhos com sons, cheiros, pessoas ou situações. A segunda é a Esquiva ou Isolamento Social e a terceira percebemos a partir de Sintomas Físicos, tais como taquicardia, sudorese, tonturas, dores de cabeça, dificuldade de concentração, irritabilidade, hipervigilância e hiperexcitação. Também acontece a vivência de emoções intensas que podem levar à dissociação.
Para lidar com o TEPT, os pacientes, normalmente atendidos pela DBT (Terapia Comportamental Dialética), podem se envolver em comportamentos de alto risco e autodestrutivos, pois esses comportamentos a curto prazo geram algum tipo de alívio, embora o sofrimento apareça a longo prazo. Suas vidas se tornam restritivas e desconectadas, pelo grande esforço para lidar com todos esses sinais gerados pela experiência do trauma.
Portanto, meu objetivo ao escrever sobre isso é chamar a atenção dos terapeutas e das pessoas em geral, para esse momento crítico que estamos vivendo no Rio Grande do Sul em função das enchentes e suas consequências. Muitos dos nossos clientes, familiares, amigos poderão significar o que aconteceu e viveram como um TEPT e, portanto, seria interessante indicar ou realizar um tratamento efetivo, como o Protocolo de Exposição Prolongada da DBT para Transtorno de Estresse Pós-Traumático (DBT-PE), que tem como foco o tratamento que visa a habituação e a exposição aos estímulos temidos, ocorrendo in vivo e de forma imagística. Utilizar habilidades comportamentais de mindfulness, regulação emocional, tolerância ao mal-estar e efetividade interpessoal podem, igualmente, ser bastante efetivos. Também são úteis os contatos telefônicos com o terapeuta para o auxílio da generalização dessas habilidades em situações de crise.
Com a exposição repetida a estímulos temidos na ausência de consequências negativas, o medo acabará por diminuir, ocorrendo o processo de extinção ou “habituação”, e o TEPT melhorará. Utilizar o protocolo da DBT-PE, desenvolvido por Melanie Harned, é, ao meu ver, uma forma segura e cuidadosa de exposição emocional, tendo um alto índice de eficácia em pesquisas realizadas.
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REFERÊNCIAS:
Harned Melanie S. Tratando trauma com a terapia comportamental dialética: protocolo de exposição prolongada em DBT. Tradução técnica de Êdela Nicoletti e Vinícius Guimarães Dornelles – Novo Hamburgo : Sinopsys Editora, 2023.