Escolhas: para onde estou indo?

Fazer escolhas. Escolher. Desde pequenos escutamos que “a vida é feita de escolhas”. É fácil? Para mim às vezes não é, muitas vezes não foi. Quando escolhemos um caminho, precisamos abdicar de coisas que encontraríamos no outro caminho. Abdicar se torna um desafio ainda maior quando não temos clareza do que é importante para nós, quando ficamos presos nas expectativas que achamos que as pessoa têm sobre nós, quando queremos atender às regras internas que nos impomos…são infinitas as armadilhas que tornam escolher um desafio.

Escolher implica consciência, implica notar como cada “expectativa” de caminho me toca e faz me sentir. Graças à nossa “mente” temos a capacidade de imaginar os caminhos e de já “sentir na pele” a experiência de andar por ele, o que pode nos servir de “bússola” se soubermos notar o que sentimos, ou seja, se estivermos atentos e em contato com nossa própria experiência.

Escolher implica contato com aquilo que realmente importa para mim. Escolher implica aceitar a perda daquelas coisas bacanas que teriam na estrada que eu resolvi não seguir. Implica saber que todo caminho terá flores e terá pedras. Que nenhuma escolha me define totalmente.

Escolher envolve saber discriminar, mesmo que internamente, o que tem de valioso naquele caminho. Envolve reconhecer o “para quê” vou por ali. Quando temos esta clareza, fica mais fácil caminhar por uma estrada cheia de altos e baixos, pedras e buracos, por que o “para quê” traz significado para o caminho. 

Escolher pode ter a ver com não se julgar e com não levar em conta os possíveis julgamentos dos outros. Por vezes temos regras internas que nos dizem que o caminho X é errado, ou que o Y é melhor. Dar estes rótulos para os caminhos não nos ajuda a tomar consciência do que realmente faz nosso olho brilhar. Se deixar levar pelos rótulos não nos facilita que façamos as escolhas, pelo contrário, ficamos “presos na mente” e distantes da experiência, que é única de cada um.

Este texto dialoga com alguns dos processos do hexágono da flexibilidade psicológica da Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT). Que possamos ajudar as pessoas a caminharem no caminho que faz o olho brilhar e esquenta a pele e o coração, mesmo com o frio, que faz parte do caminho. 

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Sobre o Autor
Martha Wallig Brusius Ludwig
Martha Wallig Brusius Ludwig CRP 07/13821 Psicóloga graduada pela Pucrs. Atua como psicoterapeuta individual na clínica há 15 anos. Trabalha com capacitação e supervisão de profissionais da saúde (nutrição, enfermagem, psicologia) para melhorar motivação e adesão a novos comportamentos, assim como com orientação de grupos de treino de pais. Atuação com grupos interdisciplinares de mudança do e... ver mais

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