A dádiva do E

Nesta segunda semana do ano de 2022 quero registrar aqui meu desejo que possamos ser cada vez mais dialéticos em nossa forma de pensar e agir, ou seja, que possamos, na medida do possível, transitar no caminho do meio, no caminho do E, principalmente nesse contexto de tantas polaridades que vivemos em nossa realidade atual.

De acordo com a Terapia Comportamental Dialética (DBT), sempre há mais de uma maneira de ver uma situação e mais de uma maneira de resolver um problema, já que todas as pessoas têm qualidades únicas e diferentes pontos de vista. E o mais incrível é pensar que duas coisas que parecem (ou não) opostas, também podem ser (ambas) certas e as “verdades” podem mudar ao longo do tempo.

Nem tudo precisa ser preto ou branco, pode ser listrado e misturado de preto e branco. Você pode ser independente e pedir ajuda, você pode querer estar só e também conectado com os outros, você pode se aceitar tal como é e ao mesmo tempo querer mudar alguns de seus aspectos. Me alegra toda a vez que escuto o E entre duas ideias distintas ao invés do MAS. Esse E simboliza esse pensar dialético, onde se pratica a validação/aceitação e a mudança/condutismo.

Praticar a validação/aceitação significa encontrar o grão de verdade em cada posição, estar aberto a alternativas e entender e aceitar o ponto de vista do outro, mesmo que não concorde. Para praticarmos a mudança necessitamos aceitar as situações e vice-versa.

Sou uma pessoa que vivencio muitos conflitos dialéticos e em muitas situações me vejo praticando esses Es, ou seja, consigo desejar segurança e liberdade ao mesmo tempo, consigo me sentir com falta de disposição e muito desejo de aproveitar cada minuto, consigo estar com o foco em mim mesma e também nos outros, consigo estar cheia de esperança e também sentir a desesperança e nessa dança, nesse trilhar do caminho entre ideias, me vejo dialética na maior parte do tempo. Há uns anos atrás, antes de conhecer a DBT, me percebia muito flexível a até tinha uma autocrítica em relação a isso. Hoje percebo a importância desse olhar e gosto muito de pensar dialeticamente, por isso estendo a vocês esse meu desejo e o meu convite que possam incluir a prática da dialética, do E em suas relações e interações no ano que se inicia.

Próspero 2022!!! Com expansão de consciência plena e muita compaixão!!!

 

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Sobre o Autor
Vanessa Stechow
Psicóloga (PUCRS). MBA em Gestão de Pessoas com ênfase em Estratégia (FGV/RS), Didata em Dinâmica dos Grupos (SBDG) e qualificação como Analista PDA (Personal Development Analysis). Formação Internacional em Coaching Executivo Organizacional - Metodologia Ontológica Transformacional com Leonardo Wolk, em Líder Coach pelo ICI e The Coaching Clinic – Corporate Coach U. Formação em Coaching de Equ... ver mais

2 comentários em “A dádiva do E”

  1. Vanessa!
    Que importante este olhar E este somatório de convites à novas práticas E ações!!
    Me ví muito nestas alternativas de escolhas com um trilhar mais leve, porque a Vida nos oferece vários caminhos E com eles novas decisões.
    Vivenciei experiências, que, quando eu incluía o E, ao invés do ‘mas’, fez muito mais sentido com o tempo que passou e ao olhar para trás, percebo que hoje fizeram total diferença na minha caminhada !!!!
    Linda reflexão!!!
    Obrigada

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