Olho a lista de tarefas do dia. Vejo que as pausas são poucas. Olho o planejamento dos próximos dias e o padrão se repete: muitas demandas, poucas pausas. Noto uma pressa, a vontade de fazer mil tarefas ao mesmo tempo, de adiantar o que for possível. Ao mesmo tempo, tenho pensamentos de que será muito cansativo, de que vai ser difícil dar conta de todas as demandas sem me exaurir, ou fazê-las como eu gostaria.
Paro. Respiro. Percebo a necessidade de parar e me dar 5 minutos sem estímulos: sem checar o celular, sem responder e-mails, sem resolver nada. Noto os pensamentos que não param. Tanta coisa pra fazer e tu aqui parada? Não vai dar tempo. No meio de tantos pensamentos, noto também minha respiração. Percebo o ambiente ao meu redor. Me sinto mais presente, menos atropelada pela rotina.
Volto às tarefas. Elas já não parecem tão grandes. Eu já não me sinto tão exausta ao olhar para as demandas do dia. Começo a fazê-las com mais calma. Percebo (e sinto na pele) que as pausas são necessárias. E que fazê-las é uma escolha. Consciente. As tarefas do dia vão se impondo, as notificações do whatsapp vão surgindo, e, se ficamos esperando as demandas diminuírem para trazermos mais consciência para a rotina, somos engolidos pelo dia-a-dia. Por vezes, ficamos esperando o momento certo (ou menos atarefado) para praticar pausar, e esquecemos que a pausa está a uma escolha de distância de nós.
Fica aqui o meu convite: mesmo na presença da pressa, de uma lista cheia de tarefas, da ansiedade, e até mesmo culpa por querer desacelerar, escolha pausar (pelo tempo que for possível). Isso nos permite lembrar que a vida acontece agora, e não no futuro, quando a nossa mente diz que teremos menos tarefas e mais tempo para desacelerar.