Estava eu como costumeiramente indo para o trabalho, caminhando e escutando música, num ambiente repleto de estímulos sonoros, visuais, atenta aos barulhos, à temperatura, ao vento tocando gentilmente em meu rosto e ao sol aquecendo meu corpo. A sensação de bem estar vinha da conjunção destes fatores e mais especificamente me fez refletir no momento em que começou a tocar em meus ouvidos uma música que já havia escutado anteriormente mas nunca havia prestado a atenção na mensagem que existia nela.
Desta vez mergulhei nas palavras da música que me fez pensar e me estimulou, a partir das reflexões impulsionadas por ela, a escrever este singelo relato.
A música a qual me refiro é “Say something”, canção de 2018, composta e interpretada por Justin Timberlake.
Convido vocês a lerem uma parte da música abaixo:
“Todo mundo sabe tudo sobre aonde devo ir
E, em algum lugar no meu coração, eu quero ir pra lá
Ainda assim, não vou
Todo mundo diz: Diga alguma coisa importante
Diga alguma coisa importante
Diga alguma coisa importante
Eu não quero ficar preso nesse ritmo
Mas eu não consigo evitar
Não, eu não consigo evitar, não, não
Estou preso no meio de tudo isso
Não, eu não consigo evitar
Não, eu não consigo evitar, não, não
Estou preso nesse ritmo”
Nós, enquanto seres humanos, somos indivíduos falantes e a linguagem é uma forma refinada dentro da hierarquização do reino animal do qual fazemos parte. No entanto, se pararmos para pensar, somos impelidos a falar, e muitas vezes não respeitamos um requisito importantíssimo chamado bom senso. Vou mais longe ao desafiar que muitas vezes não respeitamos o valor mais importante, a empatia.
Palavras proferidas ao vento podem ser bem vindas quando empáticas e validantes, do contrário podem se tornar sem sentido e capazes de precipitar grande sensação de mal estar no indivíduo que ouviu. Por vezes, as palavras que fugazmente saem da boca de alguém num tom invalidante, atingem o outro de maneira certeira promovendo sofrimento.
A capacidade de validar é uma ferramenta da qual podemos sempre lançar mão e muitas vezes não a usamos, pois mergulhamos numa mente por horas mais racional, por outras mais emocional e nos esquecemos de perguntar pra nossa mente sábia se o que pensamos em falar, deve ser falado.
A mente sábia é o filtro e sensor mais sensível que dispomos. Antes de proferir palavras, podemos nos perguntar se o discurso pode soar invalidante e se gostaríamos de ouvir o que estamos pensando em falar para o outro. Se a resposta da mente sábia for de que seu discurso soa invalidante, não fale. Muitas vezes o silêncio pode ser mais validante do que as palavras.
Segue abaixo a última estrofe da música de Timberlake em consonância com o que falamos até então:
“Às vezes, a melhor maneira de dizer algo
É não dizer absolutamente nada
Às vezes, a melhor maneira de dizer algo
É não dizer absolutamente nada
Às vezes, a melhor maneira de dizer algo
É não dizer nada”
REFLITA!
VALIDE!
PERGUNTE PARA MENTE SÁBIA!