Relacionamentos íntimos são extremamente benéficos para todos nós. Pesquisas já mostram que a presença de relações de alta qualidade e a sensação de pertencimento estão associadas a um menor índice de mortalidade e ao desenvolvimento de comportamentos saudáveis. Ainda assim, podemos pensar que estar aberto a relacionar-se é também estar aberto a lidar com frustrações. Não é fácil estar atento ao que o outro precisa; cuidar a forma de expressar nossas próprias necessidades; fazer pedidos; negar outros tantos, incentivar, e assim por diante… No contexto familiar a convivência do dia-a-dia pode ser ainda mais desafiadora, criando padrões de interação “conhecidos”, mas por vezes não tão saudáveis. Pensando nisso, aqui vão algumas dicas interessantes para pais que procuram cuidar do ambiente relacional em casa:
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Validação-pra-que-te-quero: Validar não significa concordar, elogiar ou até mesmo aprovar a atitude de outra pessoa. Em seu sentido mais básico, validar é reconhecer as emoções e os sentimentos do outro como autênticas e legítimas. Trata-se, em outras palavras, de aceitar e comunicar que a experiência do outro contem seu ponto de verdade. Importante lembrar que os comportamentos ou os pensamentos nem sempre são válidos, mas as emoções sim. Podemos, por exemplo, validar a raiva em situação de conflito e não o comportamento de bater.
Portanto, valide o que é valido!
Frases invalidantes como: “Não fique triste com isso, pare de chorar!”; “você deveria estar feliz com tudo isso” tendem a aumentar a intensidade emocional, além de poder confundir os pequenos quanto à percepção e nomeação de suas emoções.
– Reforçando pequenos gestos: se você gostaria de ensinar seu filho a lavar a louça, não esqueça de reforçar todos os pequenos gestos que vão nessa direção, como retirar o prato e colocar na pia. Reforçar é o que de fato ensina a desenvolver novas habilidades.
– Um chamado para a experiência: Quando minha filha vem me mostrar seu novo penteado tenho a tendência a elogia-la, dizendo algo como “Que linda que tu ficas assim”. É interessante notar que temos aqui uma grande oportunidade de auxiliar nossos filhos a perceber o mundo através da exploração de sua própria experiência. Um outro convite poderia soar como “Bacana, como tu está te sentido? “Tu gostas do teu cabelo assim?”.
-Trocando a culpa por Autocompaixão: filho não vem com manual de instrução; o desafio para agir de forma coerente com nossos valores é um desafio e tanto. Procure observar a forma como você se trata na relação com seu filho. Julgamentos e autocríticas severas podem ser mais uma batalha na aceitação das nossas dificuldades e/ou numa mudança desejada. Poder reconhecer quando agimos mal e pedir desculpas aos nossos filhos, por exemplo, além de favorecer uma relação saudável ensina que nos colocarmos vulneráveis não é sinônimo de fraqueza e sim de humanidade.