Todos os casais têm problemas conjugais e, quando há um conflito, é muito comum culpar o(a) parceiro(a), geralmente apontando seus defeitos. As tentativas de corrigir as falhas estão, fervorosamente, voltadas para a mudança do(a) outro(a). Claro que este resiste à mudança, prendendo o casal numa luta desgastante. Sendo assim, ambos não conseguem lidar com as diferenças indesejáveis que o(a) outro(a) apresenta. As tentativas de solução terminam passando por acusações, críticas, defensividade e, consequentemente, afastamento. Estas maneiras de tentar lidar com a situação, os esforços assim direcionados somente ferem os sentimentos um do outro e pioram o conflito. Ambos ficam machucados por estas tentativas de resolver suas diferenças…
A Terapia Comportamental Integrativa de Casal (Integrative Behavioral Couple Therapy-IBCT) propõe uma nova maneira de sair deste impasse: aceitar o(a) seu(sua) parceiro(a), como um caminho para alcançar a paz e, paradoxalmente, obter a mudança. Provavelmente o(a) parceiro(a) quer que o outro seja feliz. E, ao aceitar a experiência interna de cada um e o comportamento que resulta disso, ambos podem fazer mudanças espontâneas para se adaptar um ao outro. A aceitação oferece um caminho para avançar em direção a uma relação com mais intimidade.
A vivência dos conflitos, mesmo que dolorosa, permite um olhar para as emoções de ambos, tanto de suas fraquezas quanto das suas fortalezas. Jacobson e Christensen, autores da IBCT, propõem a seguinte fórmula:
Dor + Acusação=Conflito OU Dor – Acusação= Aceitação
A aceitação permite transformar os conflitos em intimidade e faz com que o casal consiga olhar para essas diferenças não com o objetivo de culpar e apontar defeitos, mas com o objetivo de compreender as emoções que os impulsionam, permitindo que se aprenda mais sobre cada um na relação, principalmente, sobre a maneira que o casal interage. Esta compreensão facilita apreciar um ao outro de forma mais completa e pode inspirar compaixão para com a posição de cada um. Permite, ainda, ganhar alguma perspectiva de que irá diminuir os conflitos, talvez até permitir que se ria deles às vezes.
Compreensão e compaixão um pelo outro e uma maior perspectiva sobre seus conflitos podem levar a uma aceitação de sentimentos e comportamentos. Por sua vez, quebra os ciclos viciosos de discussão, desentendimento e afastamento – ou, ainda, pode propor uma recuperação destes ciclos de forma mais rápida. No mínimo, analisar e discutir as diferenças e conflitos numa atmosfera de aceitação pode promover uma maior tolerância entre o casal. Ou melhor, pode aumentar a intimidade do casal.
Por fim, a mudança genuína dos(as) parceiros(as) até pode acontecer, mas num caminho preparado pela aceitação no qual as resistências diminuem. O casal pode ficar mais aberto para se adaptar um ao outro e a se organizar de maneiras que reduzam o conflito. Há a possibilidade de se comunicar de forma mais clara, negociar e resolver os problemas, visto que não são mais adversários, mas duas pessoas com suas próprias histórias que escolhem caminhar juntas.
Adoraria fazer um curso de especialização em terapias de casal, porém o momento é inoportuno.
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Abraço.