Aproximadamente 50% das pessoas que fazem uso de medicamentos diminuem a adesão aos fármacos após 6 meses de tratamento. Dentre os fatores mais comuns para a falta de adesão ao tratamento farmacológico encontram-se a falta de acompanhamento medicamentoso com um profissional, a interrupção do acesso ao tratamento e o uso de vários fármacos (polifarmácia) em vários horários no dia.
A adesão farmacológica envolve uma questão de extrema importância (muito além da simples administração do medicamento em si): a aliança do paciente com o profissional que o assiste, podendo o paciente compreender a indicação de introdução do fármaco, concordar com a prescrição e, também, conversar com seu psiquiatra sobre possibilidades dentro do manejo farmacológico, tendo ambos transparência e clareza em seus objetivos. Uma conversa sincera com seu psiquiatra pode facilitar em muito o vínculo e a aderência ao tratamento.
Abaixo seguem 3 orientações para o uso de psicofármacos:
1. Eleja um horário fixo para a tomada do medicamento.
Converse com seu psiquiatra e verifique o turno ideal para administração do(s) fármaco(s). Uma rotina organizada é facilitadora. Quanto mais correto o tratamento medicamentoso, o quanto antes pode haver melhora dos sintomas e, com isso, ajuste de doses, aventando inclusive a possibilidade de alta medicamentosa, como pode ocorrer em episódios depressivos, ansiosos, entre outras enfermidades.
2. Evite esquecer o medicamento.
Por mais contraditória que possa parecer esta orientação, a ideia é ter um plano de tomada do medicamento. Para melhor organizar isto, há várias ferramentas que podem auxiliá-lo a usar corretamente e regularmente o medicamento conforme a prescrição do seu psiquiatra. Coloque lembretes no celular, recados na porta da geladeira, deixe o fármaco em um local de fácil visualização e que o auxilie na lembrança da tomada. O uso de organizadores de comprimidos facilita esta administração. Eleja um dia fixo para organizar os medicamentos no porta comprimidos.
3. Evite suspender o psicofármaco bruscamente ou sem a indicação do seu psiquiatra.
A suspensão brusca de psicofármacos pode promover vários efeitos indesejáveis, tais como: ansiedade, labilidade emocional, tontura, dor de cabeça, tremor, náusea, entre outros. Siga a prescrição correta conforme acordado em consulta e não faça ajustes medicamentosos por conta, sem antes conversar com o psiquiatra que o acompanha. Além disso, não suspenda a medicação para usar álcool. Priorize o tratamento e faça escolhas mais saudáveis como a de não beber.